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PARA SEMPRE

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

De Carlos Drummond de Andrade, um poema para a minha "trovoada de Maio"

Kommentare

Avó Pirueta hat gesagt…
Minha Querida, que saudades que também tive de ti! Daqui a umas 60 horas estarei em Portugal, dividida como sempre, mas com muitas actividades já programadas, para não me custa a reentrar. Tanto mais que, como deves ter depreendido ao ler o ccz, Portugal está em muitos maus lençóis. Sabes, em Portugal as revoluções têm sido realizadas por militares e por razões políticas. Só no fim da primeira dinastia, com a burguesia nascente, é que foi o povo a revoltar-se. E julgo que qualquer dia é o que varrerá a velha Europa se ela quiser sobreviver.
Bem, mas agora o que me interessa é que adorei rever o poema de Carlos Drmmond de Andrade, que sei quase de cor. Comove-me sempre esta maneira gentil, quase infantil, de ralhar com Deus quando leva uma Mãe. Porque é assim que eu leio o Poema: um bom raspanete a Deus! E fica a saber que eu, cristã convicta e praticante, tenho às vezes as minhas "discussões" com Ele. Mas, não sei como, daí a pouco descubro que Ele tem razão...
Gostaria tanto de conversar contigo! Quando chegar a Portugal vamos tentar outra vez o e-mail, para ver se funciona. Tem um bom domingo, minha Querida, um bom Dia do Sol, votos da Carmo
ematejoca hat gesagt…
Neste poema o Carlos Drummond de Andrade ralha com Deus quando leva uma Mae.
Quando Deus levou a minha zanguei-me com Ele para sempre.
A morte da minha mae é a causa de todas as minhas angústias.

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