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A nossa cidade

Umberto Boccioni, 1911

As paredes sem textura,
Os tectos alheios à gravidade,
tudo flutua na certeza de existir
tudo remoínha nas janelas do futuro
na nossa cidade -

Onde tudo era calmo, apaziguante
Onde tudo era vivo, electrizante
As noites viravam dias sem o tempo perceber
E tudo era eterno sem ter existido sequer! -

E nós sabíamos, oh sabíamos
Que naqueles segundos em que éramos um só
Dávamos de nós o que nem sabíamos ter -

E os outros viam, oh viam,
o retrato feliz de uma tristeza complacente
o sorriso amargurado de quem muito sente -

E hoje, ao olharmos o passado
em jeitos de futuro, das janelas da nossa casa
sem paredes nem tecto, nem existência nem gravidade -

Sabemos que não fomos mais que dois pedregulhos
com demasiada força para flutuarem, despreocupados.
Na nossa cidade de papel

que acabei por construir sozinha,
e ver arder.

Mariana Silva

http://odevaneiodabatata.blogspot.com/

Kommentare

Raul Martins hat gesagt…
Fiquei curioso por ver a fotografia que acompanhava o poema da Mariana quando fui ao blogue deles e li o que a Teresa escreveu.
Eu acho que está muito bem. O que idealizou ao certo não sei, mas que esta está muito bem, acho que sim!
Carpe diem!
Fátima André hat gesagt…
Muito bonito. Gostei imenso. Parabéns à Mariana ;)
Pólvora hat gesagt…
O pior é que mesmo sendo pedregulhos conseguimos ter os sentimos que os homens têm....já os considerei mais eternos.

Bonito poema e obrigado mais uma vez pela passagem no blog, volta sempre, farei questão de passar por aqui também.
Avó Pirueta hat gesagt…
Sabes, Teresa de Longe, começo a pensar que todos deveríamos escrever sob a forma poética. Porque, ou é impressão minha, ou somos mais sinceros e abertos quando o fazemos. Talvez escudados pelo poema de Pessoa:
"O Poeta é um fingidor,
finge tão completamente
que chega a fingir que é Dor
A Dor que deveras sente."
Portanto, em partes iguais e ambas a 100%, os meus parabéns para a imagem escolhida por ti e para as palavras da Mariana.
E que quando houver dor, que seja mesmo a fingir... para afugentar os deuses invejosos...
Um beijo da Avó Pirueta para as duas.
Batata hat gesagt…
Muito obrigada Teresa :)

a imagem é lindissima! complementa muito muito bem as minhas palavritas...


beijinho***
Turma hat gesagt…
Onde é que eu já li isto ? ^^

Rita
ematejoca hat gesagt…
Rita:
O poema da nossa jovem poetisa: Marina Silva - encontra-se no:

hppt://odevaneiodabatata.blogspot. com
E é para lá que devem ir os comentários.

Bj*********************************
BC hat gesagt…
Olá TERESA!
Começo por pedir desculpa, porque de manhã vim agradecer a todos os elementos da teia, a vossa generosidade em relação ao dia de ontem, o meu muito obrigada e agora esperem vocês pela resposta.
O QUE ACONTECEU É QUE O COMPUTADOR NÃO DEVE TER DEIXADO PASSAR OS COMENTÁRIOS PORQUE NINGUÉM TINHA LÁ NADA ESCRITO POR MIM,FAÇO-O DE NOVO AGORA.

Quanto ao poema,gostei muito,mas fiquei ainda mais satisfeita por ver que a geração (rasca)como alguéma a apelidou, não é tão rasca assim, ainda há gente com interesses válidos como a escrita.
CONTINUA MARIANA (e depois o nome, também tenho uma Mariana).
Beijos para as duas, e os meus sorrisos.
Isabel



Beijos para as duas e os meus sorisos

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