Luísa sobe, sobe a calçada, Sobe e não pode que vai cansada Sobe Luísa, Luísa sobe, Sobe que sobe, sobe a calçada. Saiu de casa de madrugada; Regresa a casa é já noite fechada. Na mão grosseira, de pele queimada, Leva a lancheira desengonçada. Anda Luísa, Luísa, Luísa sobe, Sobe que sobe, sobe a calçada. Luísa é nova, desexovalhada; Tem perna gorda, bem torneada. Ferve-lhe o sangue de afogueada, Saltam-lhe os peitos, na caminhada. Anda Luísa, Luísa, Luísa sobe, Sobe que sobe, sobe a calçada. Passam magalas, rapaziada, Palpam-lhe as coxas, não dá por nada. Anda Luísa, Luísa, Luísa sobe, Sobe que sobe, sobe a calçada. Chegou a casa, não disse nada. Pegou na filha, deu-lhe a mamada; Bebeu a sopa de uma golada; Lavou a loiça, varreu a escada; Deu jeito à casa desarranjada; Anda Luísa, Luísa, Luísa sobe, Sobe que sobe, sobe a calçada Coseu a roupa, já remendada; Despiu-se à pressa, desinteressada; Caiu na cama de uma assentada; Chegou o homem, viu-a deitada, Serviu-se dela, não deu por nada...